Um dia, depois de muitos, tentava lutar contra a gravidade, tentava estar por cima...não se deixar levar pela solidão.
Um dia, depois de muitos, acordou...
Acordou para as cores da vida.
Acordou abraçada por uns braços fortes, envolvida num corpo quente.
Ainda que asssutada, com receio de uma repetiçao das histórias, dos sofrimentos...
Arriscou acordar mais vezes daquela forma.
Cheirar mais vezes aquele perfume e sentir saudades a apertar no peito...
Saudades,
Ansiosa pelo momento em que os dois corpos de juntariam outra vez.
Ainda que fosse apenas por um simples beijo,
Num segundo.
Desejou que as distancias não fossem tão longas,
Que os caminhos fossem mais rápidos,
Que o tempo passasse mais depressa,
Noutras alturas mais devagar.
Pediu por tudo para que os nós da vida se desatassem,
Que as coisas que pareciam boas se prolongassem,
Se possivel nunca acabarem.
Suplicou-se a si própria que fosse franca e justa,
Confiar novamente...
Deixou então entrar quem mereceu.
Passou nas primeiras avaliações dela e entrou.
Ainda magoada deixou que ele entrasse e lhe fizesse o bem que julgava merecer.
Mas mesmo assim, cautelosa!