
É quando procuro a tristeza que percebo que faz parte de mim. Sempre fez. É quando penso que fujo dela que ela mais me aperta e me puxa a si.
Choro, choro-te na vontade própria de uma criança que deseja um mundo inteiro. Abraço-te tristeza minha, abraço-te se me abraçares e entranhares no brilho baço do meu pensamento. Preciso do aconchego dos teus braços vestidos de lágrimas e prantos solitários onde o silêncio é o mote de cada instante nosso. Preciso olhar a tua mágoa e sentir o grito que em mim assombra o triste sorriso fingido.
Olha-me nos olhos e abarca-me nas tuas mãos sem tempo nem história para contar. Que interessa o tempo quando a alma é eterna, quando o sentimento é linha traçada sem começo nem fim. Não consigo esticar o céu, não cabe em mim o tamanho-noite do teu toque negro, nem o espaço interessa quando o que sou é nada dentro de outro nada feito de nada. Não me deixes, tristeza mansa. Não me largues serenidade rasa, aperta-me a mão e faz-me chorar contigo em corrente lenta contrária ao rio da vida.
Não me deixes só, nesta noite de lua cheia, que me entra pela janela dentro, penso em quem está longe, em quem mantem distância propositada de mim, em quem me dirigiu palavras de consolo, em quem me ama, em quem me faz companhia na madrugada...quem se lembra de mim numa ida ao cinema!
Por tudo isto, olho a lua e choro as lágrimas secas contigo,
Triste eu.
2 comentários:
N vale a pena dizer mais nada, está tudo aí... Quase nem é preciso de abrir os olhos!
a sua verdade mostra a realidade dura e crua que muitos não querem verem...
só os que desejam sentir sentem...
essa é a vida...
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